terça-feira, 25 de outubro de 2011

Não vai ter depois.

Eu perdi um primo semana passada. Infarte fulminante. Ele tinha 30 anos. Ele era muito amado. E eu me perdi um pouco junto.

O Flávio era aquele tipo de cara que aproveitava tudo o que a vida oferecia. Fez artes cênicas, teve cabelo de tudo o que era cor, pircieng no mamilo, chegou em casa mega tarde várias vezes, viajou muito, foi estudar fora e se casou com o cara que amava. Alegre, engraçado, ácido na medida certa, ele fez amigos por onde andou. E amou os animais como ninguém. Chegou a criar uns 8 cachorros e 4 gatos, todos vivendo em comunhão e desfrutando daquele amor bom.

Em função de coisas que não competem ao nosso questionamento, ele morreu repentinamente. Li a mensagem no Face e num primeiro momento achei que fosse brincadeira estranha. Como poderia morrer alguém que eu havia conversado um dia antes? Um choque, um baque, um susto, uma dor. Doeu muito, muito, muito porque além de perder um primo querido e a quem eu amava do fundo do coração, eu perdi um pedaço da minha história.

Era o meu primo por parte de mãe com idade mais próxima, com quem eu passei boa parte das minhas férias de infância, fiquei na casa dele nos carnavais inesquecíveis de Ouro Preto, com quem compartilhei tantas lembranças em comum. Uma parte do que eu vivi morreu. E como dói ver alguém da sua idade morrer, é como se fosse você próprio. Você aí cheio de planos, projetos, sonhos e num piscar de olhos tudo se vai.

Fiquei pensando nessas coisas que a gente sempre pensa quando alguém querido morre. Que não devemos esperar a hora certa para fazer algo, que devemos dizer o que sentimos pelas pessoas amadas, que não devemos deixar para depois. O depois às vezes nem chega. E me vi pela primeira vez querendo voltar a BH para confortar minha prima e tias. Uma distância que eu pude sentir na pele, pesada, dura.

Flávio, fique em paz e faça uma festa de arromba aí no céu. Foi um prazer ter te conhecido.

Marcos, Flávio e eu brindando a vida.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Igual, só que diferente.

 
Aposto que bateu uma tristeza.

 Olá, Kibon!

Punto com cara de... Palio Weekend?

A foto não ajuda muito, mas são calouros pagando trote pelas ruas da cidade. Os veteranos estão de preto. (O tema vai virar post em breve)

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Galinhas



- Professor, o filme está em cartaz em qual shopping?
- É no... Hum... Como chama mesmo? Eu tenho uma galinha* com esse nome...
- Você tem uma galinha com esse nome ???
- É, galinha. Ahhh não, não é galinha animal não. É um problema em lembrar o nome.

Risos de ambas as partes.

*Segundo meu professor, galinha é uma expressão utilizada no norte do país. E o shopping se chama Dolce Vita - definitivamente não é um bom nome pra galinhas.

domingo, 16 de outubro de 2011

Luz na passarela que lá vem ele


Atenção, atenção: ele está vindo. E quando ele vem, tudo para. Não estou falando do amor e nem do Cristiano Ronaldo. É sobre o ilustre pedestre este post. Coimbra possui poucos sinais de trânsito (em relação a BH por exemplo) mas para andar é uma tranquilidade. As faixas de pedestre nas ruas não são mero enfeite. Elas de fato executam sua função.

O sinal está verde para o motorista. Você coloca o pé na faixa. O carro vem vindo e para. Para na hora. E você chega ao outro lado da rua sem demora nenhuma. É como participar de uma propaganda de perfume/absorvente/moda da tv brasileira; a pessoa está tão poderosa usando o produto que os carros param ao vê-la passar. É se sentir a super mulher mesmo. Nas primeiras vezes esperei os carros todos passarem para só então atravessar. Mas depois de ver as pessoas apenas colocando o pezinho na faixa e magicamente os automóveis parando, fiz também. No começo um pouco receosa, ainda olhando para o motorista como se estivesse pedindo um favor. Agora não quero nem saber, já vou colocando o pé na faixa, dando uma olhada blasé pros carros e caminhando confiante na vitória. Claro que se o carro estiver muito rápido (não é muito comum), não há como parar, mas se a velocidade for razoável eu atravesso mesmo.

Depois de sofrer tanto com o trânsito brasileiro -quem nunca passou por isso?- a ponto de estar na faixa com o sinal verde e os carros ultrapassarem, é a minha vingança. Eu adoro atravessar as ruas e parar os carros.


 Meu momento Gisele Bündchen.
 

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Especialização no Cirque du Soleil

Depois de uma semana começo a me sentir mais em casa, sobretudo porque fazem 30ºC à tarde (mas em breve o frio chega pra ficar e congelar. aiai...). Ainda resolvendo coisas de ordem burocrática, quase estipulando uma rotina diária, conhecendo e reconhecendo os lugares. A casa começa a ficar em ordem.

E uma coisa mais que necessária para deixar a casa em ordem é dinheiro. Sim, money, bufunfa, la plata. E quando o dinheiro a ser usado é aquele fruto de todas economias guardadas desde que Malhação ainda era um programa bom, qualquer dinheiro é dinheiro. Não que eu fosse gastadeira no Brasil, muito pelo contrário.Talvez eu possa ser até chamada de mão de vaca pra certas coisas. Se antes minha grana já fazia certos malabarismos, imagine aqui. Ela está num curso intensivo no Cirque du Soleil.

Sabe quando sua mãe faz pesquisas de preço para comprar um simples quilo de cebola e a gente fala: ah, que isso, a diferença entre o supermercado A e o B são só 0,30! Meu filho, 0,30 é um dinheirão. Não vamos nem tocar no assunto de conversão de preços antes que eu surte. Fui a dois supermercados com papel e caneta na mão comparando produtos e sei que no Pingo Doce (parece nome de escola infantil, né?) tudo é mais barato que no Jumbo, exceto verduras e frutas. Vou caminhar feliz cerca de 6 quadras da minha casa só para comprar cebolas e tomates e brócolis no Jumbo. Levando em conta que o xerox é ¢0, 02, imagine o que 0,30 podem me render de fotocópias. Simplesmente um artigo xerocado.

O supermercado é um capítulo à parte. Para nós brasileiros acostumados a pagar primeiro os impostos e dpeois os produtos, comprar uma pen drive de 8 giga a ¢7,50 e tomar um chop por ¢ 0,75 é chocante. E quando o produto custa ¢ 2,99, ele custa realmente ¢ 2,99. Você recebe o troco de um centavo sim, nada desse arredondamento tão comum no Brasil. Talvez o dinheiro aqui seja visto de uma outra forma. E a minha forma por enquanto está sendo vista em cima da corda bamba.

domingo, 9 de outubro de 2011

Chegadas e partidas.

Durante um mês e meio fiquei ocupada em resolver pendências (ok), despedir dos amigos (quase ok.), arrumei as malas (quase quase ok), pesquisar sobre a cidade na internet (ok) até colocar os pés em terras lusitanas. A cabeça já estava em Coimbra e o coração dividido pelo Atlântico. Mas cá estou eu num lugar que me recebeu com sol forte, folhas douradas nas árvores, um pão de sal delicioso e um sotaque que às vezes me soa como vários 'Robertos Leais' prestes a dançar o vira.


Um mapa na mão e uma ideia na cabeça. Ganhei um mapa da cidade no primeiro dia aqui.  Me sinto quase uma mulher com super poderes quando chego a um lugar sem perguntar nadica de nada a ninguém. É um orgulho daqueles, sabe? Pois com meu amigo cartográfico já me atrevi a caminhar a esmo e me perder sem grandes problemas. Coimbra é  pequena, dividida entre a parte antiga e a nova. Não é tão difícil caminhar pelas suas ruas e ruelas. E a sensação de intimidade (palavra forte, talvez) só nasceu quando comecei a reconhecer os lugares e até mesmo descobrir atalhos. A gente só gosta daquilo que conhece, não é mesmo? Pois estou prestes a viver um romance tórrido com a cidade por intermédio do meu mais fiel cicerone.