segunda-feira, 23 de abril de 2012

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Galícia delícia- parte I

Eis que chega a Semana Santa e arrumo minhas malas pra conhecer o país que tinha e tenho maior curiosidade em conhecer: Espanha. Minhas cidades do coração continuam sendo Sevilha e Barcelona (e ainda preciso visitá-las). Nada contra Paris, Budapeste ou Londres, mas a Espanha sempre me seduziu. Não sei se em função daquela seleção de futebol maravilhosa, não sei se em função da paella, não sei se em função do Gaudí e Almodóvar, mas eu tenho qualquer coisa de especial com esse país. Eu e Iolanda, fiel companheira, fomos conhecer a Galícia, região dita como mais parecida com Portugal e a língua (galego) mais parecida com o português.

Como boas estudantes, fomos de ônibus, mas nada de parecido com as viagens no Brasil. Estradas em excelente condições e poltronas bem confortáveis. Cinco horas de viagem  acompanhada a maior parte do tempo pelo romance do angolano Pepetela 'O planalto e a estepe', uma história que me fez devorar metade do livro sem sentir. Fica a dica de leitura. Descemos então em Vigo, maior cidade da região e depois de caminhar um pouco, chegamos no hotel. Simples, limpinho e com preço bom, o que é quase a perfeição. Pena que não tinha café da manhã, mas levamos lanche e foi bem tranquilo. A primeira impressão foi da diferença de idioma. Acostumada com o castelhano, foi super divertido ver nas placas palavras com a grafia de J ou G escritas com X, como 'Xardín' ou 'Xullo'. Como diz meu querido amigo Guilherme, parece a língua da Xuxa. Outras diferenças fora logo sentidas também. Por ser uma cidade maior e mais movimentada que a pacata Coimbra, achei as pessoas e o clima do lugar mais fortes, mais presentes e de uma certa forma até mais alegres. Vendedores nas lojas mais abertos, skates coloridos andando nas pistas, olhares nas ruas. E isso faz com que você também fique mais colorida. Um dos primeiros programas foi comer churros com chocolate, famoso na região. Não sou lá muito fã de churros, mas do chocolate a pessoa virou fã de carteirinha com firma reconhecida. Conhecemos o centro velho, algumas ruas mais importantes e à noite fiz algo que estava morrendo de saudade: ir a um show bom ao vivo. Fomos num barzinho próximo ao hotel assistir a uma Jam Session ótima e de graça (você poderia contribuir com 1 euro se quisesse; claro que contribuímos), cheia de músicos bons e com uma cerveja boa tbém, a Estrella Galicia. Depois do show fomos dormir porque o dia seguinte seria longo: iríamos conhecer as Islas Cíes, super recomendadas peo Gui e Gonçalo.

Acordamos com um dia lindo, sol forte e céu claro, perfeito para conhecer uma praia. Depois de uma viagem de barco de mais ou menos 40 minutos, chegamos as Islas. São duas e bem bonitas, como as fotos não me deixam mentir. Estava um vento bastante frio ao descer e resolvemos tomar um chocolate quente no restaurante que havia. Encontramos um time de atendentes super alegres e simpáticos, que quando viram minha câmera pediram pra tirar uma foto com a gente e de quebra deram um chapéu pra Io. Continuando o alto astral, tivemos a sorte de chegar a tempo de uma visita guiada por uma mulher bem simpática e que quando foi escrever meu nome na lista, escreveu 'Xúlia'. Como não se apaixonar por um lugar assim? :) As Islas são um parque nacional e contam com algumas espécies de pássaros mais raras, além ter um 'berçário' para peixes. Vimos alguns tipos de árvores típicas e muitas pedras, marca da região. O passeio deve ter demorado mais ou menos 1 hora e de falantes de português só eu e a Iolanda, sempre confundida com brasileira. A vista do alto do morro foi bem bonita, podendo se ver várias gaivotas e o mar batendo nos rochedos. E depois de voltar para a beira mar, ficamos com as outras pessoas tomando sol na areia (mas de roupa, diga-se de passagem), vendo aquela água azul transparente e um silêncio que leva à meditação. Voltamos ao final da tarde com a roupa cheia de areia e coração flutuando nas espumas do mar. Bora ver as fotos e se apaixonar pela Galícia?

Porta do Sol em Vigo. Belo acrobata, não?

Cochilo ao entardecer

Xúlia y el xardín

Chegada às Islas Cíes

Io agora com chapéu!

Berçário dos peixes e beleza pras vistas.

O mar, sempre ele...

Reflexões sobre estar na praia com meia de lã. :)

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Careta sim, e daí?

Não nasci pra ser moderninha. Tem gente com um talento natural pra transgredir, inovar, subverter, arriscar. Eu não. Definitavemente não. Por uma causa muito simples: se eu deixo alguma coisa sair da linha, tudo o que estiver perto vai também, no melhor efeito dominó. Digamos que eu acorde na terça-feira às 10h30 da manhã. Já acho que acordei tarde demais e que perdi o dia. Resolvo então não fazer mais nada de produtivo e me entrego ao ócio do sofá. Ok, dei uma exagerada, mas a questão é que tenho que ficar sob controle, senão tudo desanda. Ou melhor, não anda. Empaca.

Eu que já me achava uma menina certinha, responsável  (quase uma Sandy) cheguei a Coimbra e me vi sem horário fixos, pois só tinha aula às sextas-feiras. Eu poderia acordar a hora que bem entendesse, comer a hora que bem entendesse, fazer o que quisesse. Passarinho criado muito tempo em gaiola às vezes não sabe muito bem o que fazer com a liberdade. Minha rotina não tinha rotina nenhuma e eu fiquei nessa doideira quatro meses. E ainda fiz 4 viagens pra bagunçar ainda mais o coreto. Resultado: estudei pouquíssimo, não fiz exercícios físicos, não aproveitei melhor o tempo. Claro que houve a parte boa, como os amigos, os passeios, a tranquilidade de acordar sem o despertador tocar, aventurar-se na cozinha... Foi bom, mas poderia ter sido melhor.

Quando os trabalhos finais do mestrado chegaram no final de janeiro, percebi que eu teria que correr os 100 metros rasos atrás do prejuízo. E corri bem, já que tive boas notas apesar das condições adversas em que trabalhei. Com base nisso, fevereiro foi o mês em que a rotina voltou a dar as cartas na mesa. Cartas certinhas, alinhadas e separadas por naipe (calma, não sofro de TOC). Comecei a fazer hidro e yoga, francês e me forçar a outras obrigações diárias, como estudar mais. E agora sim posso dizer que estou desfrutando bem a cidade, a faculdade os amigos. Não sei trabalhar sem regras, sem limites, sem prazos. Gosto de acordar cedo pra estudar ou me exercitar, gosto de ver minha listinha de obrigações toda realizada, gosto de dividir meu tempo. A rotina pode ser sua amiga, parceira, brother. Eu sou daquelas que gostam de cumprir prazos. Pois é. Cada doido com sua mania

Mas a rotina sabe que vez ou outra eu dou o bolo. E vou dormir às 9 da manhã depois de sair pra dançar na noite anterior. Também não sou de ferro.

Todo dia ela faz tudo sempre igual, me sacode às... 11h25 da manhã.