De repente apareceram muitos assuntos para se colocar no blog e não consegui escolher quem entraria primeiro. Mas ontem aconteceu um pequeno fato que me fez colocar o seguinte tema em questão: o Brasil é mesmo filho de Portugal. Não é apenas em relação à língua, pois o português de Portugal às vezes soa como húngaro, não se entende nada. Mas a proximidade que eu tenho visto com a terra brasilis é bem grande.
Um dos meus primeiros posts no blog foi sobre a educação do motorista português em relação à faixa de pedestre. Percebi que é o único local onde somos respeitados. Ontem eu ia atravessando tranquilamente no passeio - PASSEIO - em frente à uma escola quando recebi uma buzinada bem forte e mal educada. Era uma mãe que iria buscar seu filho e queria entrar com o carro no local. Eu caminhava com passos normais e seriam necessários cerca de 2,5 segundos pra que eu terminasse o percurso, ou seja, nada. Achei aquilo tão fora de propósito que fiquei olhando pra cara da mulher ao passar por mim. Ela não gostou, claro. E eu menos ainda. Nesse momento fui reportada imediatamente ao Brasil, ouvindo as buzinas de um engarrafamento. Buzinas para os pedestres andarem rápido, buzinas para um motorista mais lento, buzinas pra tudo.
Depois comecei a pensar na questão dos feriados nacionais em Portugal. Sabe quantos são, ou melhor, eram? 14 feriados nacionais. Sim, 14! A folga era tanta que para o ano que vem foram cortados uns 3 da lista. Duas quintas-feiras seguidas em dezembro de feriado nacional. E para mim era o Brasil que possuía muitos, mas segundo a Wikipédia, temos apenas 9 feriados nacionais. Pois é.
Outro aspecto que eu comentei no blog é sobre a burocracia. Aqui, pelo menos na universidade, ela parece estar em seu habitat natural. Quanta complicação para se resolver coisas simples! O Brasil é um país burocrata por excelência, mas as coisas parecem começar a melhorar. Mais informatizado, mais simplificado. Quem já teve que tirar a segunda via da carteira de identidade no antigo Psiu em BH vai dizer que nada mudou, mas eu senti leves mudanças quando precisei pegar documentos para a viagem. Agora sei de onde saíram nossos burcocratas: da terrinha.
Ok, não são apenas coisas 'ruins' que me lembram o Brasil. Fazer compras no supermercado é estar de volta também. Há fubá, canjica, farofa, leite condensado, bombom Garoto, manga, mamão (frutas bem caras), cachaça (péssima!), Maizena, arroz, feijão preto e até picanha. Saudades alimentares supridas com louvor. Há ainda a paixão que eles sentem pelo futebol que me levou a pensar se eles não seriam mais fanáticos do que nós, o prazer em sair à noite, a vaidade das meninas. E muito mais ainda por se descobrir.
Tal pai, tal filho.
Um comentário:
Ah, Zuza! Pode dizer que você estava desfilando na calçada, vai! Ou parada tirando foto ou dando beijinhos num gajo na garagem da mulher, vai... não é possível uma coisa dessas, ora pois! :/
Fico chateado de ver como pedestre não é mesmo respeitado aqui no Brasil. Na Romênia, que é mais atrasada que a gente, não há sinais de pare e sempre param para eles atravessassem as ruas. Trouxe comigo esse valor de volta depois de minha visita. Aqui no Brasil, apenas em Brasília é que há mais respeito nas ruas.
Bjs e boa sorte nas ruas nas próximas!
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